
Às vésperas de completar 70 anos, na próxima sexta-feira dia 21, no final da semana passada, Bolsonaro indicou seu novo rumo. Inelegível até 2030, por condenação judicial, e à beira de ser julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa – frustrada — de golpe de estado e uma coletânea de crimes contra a Constituição, o ex-presidente resolveu apelar à intervenção externa.
Bolsonaro acha que “o problema do Brasil não vai ser resolvido internamente, tem que resolver com apoio vindo de fora” — disse em Brasília.
Agora defende uma ação externa para “resolver” aquilo que define, mas não explica, como “o problema do Brasil”.

Apelo a Trump
Bolsonaro supõe ter encontrado em acordos recentes com a China uma razão para convencer o governo Donald Trump, de quem se acha aliado, a realizar uma intervenção contra o país em que nasceu, jurou defender e governou: “[Fizeram] 37 acordos com a China. Estão entregando o Brasil para a China! [Foram] 37 acordos assinados no final do ano passado, por ocasião [da reunião dos países] do G-20 aqui no Brasil.”, disse o ex-presidente e prosseguiu:
“Entre eles, um acordo de energia nuclear” “material que a Rússia… a China não tem, e vai ter em abundância agora e se aplica pra muita coisa aí. Não é apenas para energia, agricultura e medicina, é [para] construção de bombas atômicas…”
Informante de Trump
Bolsonaro foi além: “Falei isso, já passei pra equipe do Trump isso aí, tá, em primeira mão, lá atrás… Eles têm uma preocupação com o Brasil, de que o Brasil se consolide como uma nova Venezuela. E nós temos que… o problema do Brasil não vai ser resolvido internamente, tem que resolver com apoio vindo de fora.”

Agente de informações
Segundo críticos não é todo dia que se vê um político confessar em público que decidiu se tornar agente de informações de outra nação, com o objetivo de provocar uma intervenção externa no próprio país e da qual pretenderia ser beneficiário.
Mais raro ainda é um ex-presidente, que teve acesso às mais secretas informações durante quatro anos de governo, revelar entusiasmado empenho numa função típica de espionagem a serviço de governo estrangeiro.
Interlocutores do governo Lula afirmam que se Bolsonaro tem prova de algum arranjo secreto, tem obrigação de mostrar em público. Nessa hipótese, haveria um crime grave, porque a Constituição é objetiva: só admite atividades nucleares “para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional”. Delinquir nesse tópico, dá impeachment com eventual prisão.
Fonte: Veja Abril