
Preta Gil, 50, morreu neste domingo, 20. Ela estava realizando tratamento nos Estados Unidos, com foco em terapias experimentais. Em dezembro do ano passado, Preta havia se submetido a uma cirurgia de cerca de 21 horas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para a retirada de um conjunto de tumores descobertos em agosto, meses após a apresentadora ter sido considerada curada de um câncer colorretal diagnosticado em 2023, quando tinha 48 anos.
O câncer colorretal, que também levou à morte de Pelé, é uma bandeira que agrupa dois tipos distintos, porém similares: o câncer de cólon e o câncer retal. O colorretal é o segundo tipo de tumor maligno mais comum em homens e mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. E pode ser mais prevalente no futuro.
Está aumentando
Pesquisa realizada por especialista do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e parceiros de instituições estrangeiras, publicada na revista Frontiers em 2023, aponta que, no Brasil, mortes por diversos tipos de câncer devem diminuir até o fim da década – em particular, o pulmonar, devido a medidas públicas para frear o consumo do tabaco. Mas fatalidades causadas pelo câncer colorretal devem crescer, tanto entre homens e mulheres, em todas as regiões do país, menos no Sul, onde os números devem se manter estáveis.
Pesquisadores apontam dois fatores que podem explicar essa tendência: um aumento em casos de obesidade no país e faltas de políticas públicas para o controle do consumo do álcool. Ambos os problemas são considerados fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de tumor.
“A população brasileira também está envelhecendo mais. A expectativa de vida do brasileiro hoje gira em torno de 76, 78 anos de idade e a gente tem observado em nossos consultórios uma população cada vez maior acima dos 80”, diz José Paulo Moreira, oncologista que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, não relacionado ao estudo da Frontiers, à GQ Brasil.
Nos mais jovens
Apesar de ser historicamente ligado a pacientes acima dos 50 anos (por isso um aumento da expectativa de vida brasileira leva a mais casos registrados) essa doença pode estar crescendo também entre os mais jovens. Uma análise da Sociedade Americana de Câncer publicada em janeiro aponta para uma alta deste câncer entre pessoas na casa dos 20, 30 e 40 anos. Nos Estados Unidos, esse tipo de tumor já é o que mais mata homens abaixo dos 50, de acordo com apuração do jornal New York Times. “Com certeza não é uma doença só da população idosa”, diz o oncologista.
Com Globo.com