
Entre vereadores, autoridades do setor, público presente, o vereador George Sucupira consolidou sua presença na audiência pública realizada na Câmara Municipal de Sousa nesta quarta-feira, 24. Na ocasião, o Legislativo sousense discutiu a necessidade, imperiosa, das águas do Rio São Francisco desembocarem nos açudes de São Gonçalo e Lagoa do Arroz.
Convidado à tribuna, George Sucupira, embora tenha destacado a relevância do momento, ou seja, a Câmara abrindo suas portas para se discutir o problema, classificou a situação como “indústria da seca institucionalizada”, onde quem tem competência para resolver não resolve:
“Embora reconheça a força dessa audiência a partir da presença de muitos que conhecem a realidade, conhecem a nossa necessidade de melhorar a segurança hídrica dessa bacia, …ontem me senti provocado a fazer alguns questionamentos dentre eles o principal a origem do projeto de transposição que se conclui com a chegada das águas do Rio São Francisco aos eixos leste e norte. É de se espantar que por ocasião voltemos a testemunhar a indústria da seca, só que de forma institucionalizada. A perspectiva que temos é que toda realidade do semiárido nordestino, caso de estarmos falando hoje do sertão, seja tratada apenas como fato de não termos essa representação política. Porém, muito mais grave é saber que outras autoridades que detém o poder de equacionar esse problema não o fazem”.
O vereador lamentou que, ainda que seja a falta d’água um problema recorrente, sempre se faz preciso que o sertanejo esteja mendigando soluções, questionando se por falta de iniciativas Sousa vai testemunhar mais uma vez o cenário de terra arrasada que se transformou São Gonçalo anos atrás:
“É grave assistir que tenhamos que fazer coro, gritar, por décadas. E ainda assim estamos na iminência de um colapso hídrico. Nós não tivemos um bom inverno e mesmo assim precisamos mendigar, infelizmente, para que um tanto d’água sejam endereçado ao açude de São Gonçalo. E que se entenda, estamos solicitando apenas equilíbrio. Ressaltando que a produção agrícola de São Gonçalo está se soerguendo agora e fatidicamente vamos permitir por falta de representatividade ou articulação que uma nova seca volte aniquilar aqueles produtores?”
George Sucupira alertou para a tentativa de transformar a discussão em palanques políticos:
“Não se pode servir de um tema sensível como este para se erguer palanques políticos. Nós temos até o dia 10 de setembro para reeditar esse plano para que possamos utilizar essa água ainda que não seja de forma ideal”.
O vereador ainda lamentou o fato do Campus Instituto Federal da Paraíba (IFPB) jamais ter sido procurado, embora seja uma escola fazenda em São Gonçalo, com a água cortando a faixada do campus, detentor de equipamentos e de uma extraordinária riqueza humana, porém, jamais procurado para contribuir com a discussão.
Por fim George Sucupira ratificou: “Que não saiamos daqui apenas com a impressão de termos participado de uma prestigiada audiência, de termos ouvido belos discursos, mas com a certeza de estarmos celebrando em breve o direito do uso e da distribuição justa da água aplicado”.
Vídeo