A Associação de Mães Autistas da Paraíba (AIMA) se manifestou neste domingo (16) sobre o caso de abuso sexual contra um aluno autista de 12 anos em uma escola da rede municipal de João Pessoa. Em manifestação nas redes sociais, a entidade criticou a ausência de manifestações de apoio à família da vítima e cobrou empatia diante da gravidade do crime.
O posicionamento da associação veio após a nota publicada pelo presidente da Câmara de João Pessoa, Dinho Dowsley (PSD), que se solidarizou com a secretária de Educação do município, América Castro. A AIMA destacou que o foco precisa estar na dor da família atingida. “Vamos ter solidariedade com a família, a família que sofreu um ato tão perverso e cruel!”, escreveu a entidade.
A nota reforça a necessidade de reconhecer o sofrimento da mãe da criança, que está abalada desde a denúncia do caso. “Uma criança, independente de ser autista, de ter uma deficiência, um ser humano, que para o resto de sua vida terá que lidar com esse trauma! Essa mãe, despedaçada, essa família arruinada!”, afirmou a associação.
A AIMA também lembrou que o crime, onde quer que ocorra, precisa ser enfrentado com seriedade. “E se fosse o filho de cada um aqui? Na escola, na casa, na rua, onde quer que seja feito e praticado um crime — não deixa de ser crime!”, conclui o texto.
Vereadora faz críticas
A vereadora de João Pessoa, Jailma Carvalho (PSB), criticou, neste sábado (15), as declarações da secretária de Educação, América de Castro, no Programa Hora H, da Rede Mais e Rádio POP FM, sobre o caso da criança autista que denunciou ter sido estuprada dentro de uma escola municipal da Capital.
“Me causa profunda indignação ouvir da secretária de Educação de João Pessoa que acompanha a denúncia de violência sexual sofrida por um estudante autista dentro de uma escola municipal ‘com tranquilidade’”, disse a parlamentar.
Jailma cobrou à Secretaria uma “resposta à altura da gravidade do caso”. “Todos os pais que têm filhos matriculados na rede municipal de ensino exigem – e merecem – resposta à altura da gravidade do caso, incluindo a família da vítima”, escreveu nas redes sociais.
Declaração da secretária
Nessa sexta-feira (14), em entrevista ao Programa Hora H, da Rede Mais e Rádio POP FM, a secretária de Educação, América de Castro, tratou a denúncia da criança autista que denunciou ter sido estuprada em uma escola do município como “uma suspeita” e cogitou a possibilidade do crime ter acontecido fora da escola.
“A gente acompanha com muita tranquilidade, porque não vamos falar em estupro, é suspeita. É suspeita porque pode não ter acontecido dentro da escola. A criança, inclusive, ela não foi à escola hoje, nem ontem. A gente tem um chamamento aos pais da criança para conversar com a nossa psicóloga da escola e a mãe não apareceu na escola”, afirmou América.
Com MaisPB e Maurílio Júnior

