Justiça investiga golpe de R$ 500 mil de Pe Egídio em idosa: “Achei que era um servo de Deus”

Na decisão que autorizou a prisão do Padre Egídio Carvalho Neto, o desembargado Ricardo Vital de Almeida, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), levou em consideração indícios e provas de crimes que teriam sido cometidos pelo sacerdote. Entre eles, um golpe de R$ 500 mil contra uma pessoa idosa que está sendo apurado pelos investigadores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). A vítima foi induzida pelo então diretor do Hospital Padre Zé a fazer doações à unidade da saúde.

Ela contou tudo em detalhes ao Ministério Público da Paraíba no mês passado. Na conversa, que o Portal MaisPB teve acesso, com exclusividade, a mulher, que não terá o nome revelado pela reportagem, disse que a intenção era ajudar os pobres.

“O mundo virou. Mas, na minha época, um absurdo desse eu nunca tinha assistido. Eu disse a ele [Egídio], [o dinheiro] é para os meus pobres. Quando surgiu o boato, eu disse, eita(sic), nem pobre, nem eu (risos). Agora, o que vou fazer? Ficar louca? Não posso fazer mais nada. Eu disse, Jesus eu entreguei a ele, pensando que era um ministro de Deus, que eu tinha entregado aos pobres. Agora, de apartamento e cobertura não quero nem saber”, desabafou.

A mulher justificou ao MP ter feito a doação por considerar não precisar “de tanto dinheiro guardado”. Por isso, achou melhor ajudar os necessitados. “A gente que é religioso (sic) é para ter pouco dinheiro e não muito. Aí, eu disse, padre me ajude a chegar em Dom Delson que eu tenho uma contribuição para dar à igreja. Agora, me ajude, porque eu acho que não chego a Dom Delson. Me ajude a chegar”, detalhou.

A depoente, então, diz que ouviu do Padre Egídio. “Você é membro do Padre Zé e vai deixar o dinheiro para o hospital”. Ela acatou a sugestão. “O Hospital Padre Zé é dos pobres. Eu vou dar para os pobres”, decidiu.

PIX de R$ 100 mil

O Gaeco investiga se um depósito, realizado via PIX de R$ 100 mil , chegou ao destino. Questionada sobre a transferência, ela afirmou que não sabia “nem o que é pix”. O comprovante abaixo, que consta nas investigações, mostra a transferência.

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Jucélio Almeida

Jucélio Almeida