Em Sousa, poluição sonora prejudica a saúde da população e pode sair do controle, alerta professor da UFCG

A poluição sonora é uma questão crescente em muitas cidades do Brasil, e Sousa, sertão da Paraíba, localizada no Estado Paraíba, não é exceção. O município de mais de 70.000 habitantes sofre com a perturbação do sossego e os efeitos nefastos que o ruído excessivo pode trazer à saúde da população. E a responsabilidade de controlar esse problema envolvem três esferas relacionadas ao meio ambiente: A Prefeitura Municipal, Polícia Ambiental e Superintendência de Administração do Meio Ambiente (SUDEMA) vinculado ao Estado da Paraíba. E o aparelho utilizado é Decibelímetro.

Segundo o professor e Doutor em Recursos Naturais da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Allan Sarmento, a poluição sonora pode ser enquadrada como um crime ambiental quando exceder os limites permissíveis e pode ser definida como ruído excessivo ou ruído que prejudica a qualidade de vida das pessoas proporcionando a perturbação do sossego que é uma contravenção penal.

Nivel de ruidos em Decibéis

“Em Sousa, essa problemática é particularmente aguda à note, quando muitas pessoas tentam dormir e descansar. O barulho de carros, motos, música alta em bares, cultos, parques de diversão, quadras esportivas e festas, além disso, construções irregulares em andamento em áreas residenciais, sem licenciamento ambiental, são as principais causas da poluição sonora na cidade. Diferentemente das cidades de Patos e Cajazeiras, o poder público em Sousa vem demostrando omissão e expondo a população a esse mal invisível”, disse Allan.

Professor e Doutor Allan Sarmento

O barulho e a expectativa de vida

Conformes estudos realizados na literatura, os níveis de ruído em algumas áreas da cidade chegam a ultrapassar os limites recomendados pela organização Mundial da saúde (OMS). 55 decibéis durante o dia e 45 decibéis à noite. Para tanto, quando a exposição prolongada e contínua à poluição sonora pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo estresse, ansiedade, insônia, perda auditiva e distúrbios cardiovasculares. O ruído excessivo também pode prejudicar o desempenho escolar e profissional, atrapalhar a comunicação e causar acidentes de trânsito, além disso, pode causar irritabilidade e pode pulverizar desentendimentos e episódios de violência. O barulho tem o poder de reduzir a expectativa de vida.

Ainda de acordo com Allan Sarmento, essa problemática não é capricho e sim questão de saúde pública. Ele mesmo vêm sofrendo na pele com essa questão. “Venho sendo exposto a quase 1 ano e meio, de domingo a domingo, principalmente das 17h à 23h, com a poluição sonora e a perturbação do sossego, de terem instalado no lado oeste, vizinho a minha residência, um parque de diversão (sem cabine acústica) e nos fundos, no lado norte, quadra esportivas, sem licença ambiental”.

Allan Sarmento finaliza destacando que “é, por isso, importante que o poder público da cidade de Sousa tome consciência dos efeitos nocivos do ruído e trabalhem em conjunto com a polícia ambiental para reduzir o nível de ruído que é contínuo na cidade. O município também deve fiscalizar, monitorar, criar mapas de ruídos, solicitar a licença ambiental e multar aqueles que não cumprem os padrões de ruído estabelecidos por lei”.

Quem é Allan Sarmento?

Professor Doutor Allan Sarmento Vieira.
Premiado em 1º Lugar, na categoria doutorado, no Prêmio Brasil de Engenharia 2011 – Temática: Recursos Hídricos e Saneamento.
Editor-chefe da Revista Interdisciplinar e do Meio Ambiente (RIMA).
Líder do Grupo de Pesquisa Gestão Ambiental no Semiárido (GAS).

Compartilhar:
Jucélio Almeida

Jucélio Almeida