Ataque a Israel: Mais de mil mortos, crianças em gaiolas e o desespero de brasileiros

O conflito entre Israel e o Hamas entrou em seu segundo dia neste domingo, 08. O balanço mais recente das autoridades locais indica que ao menos 1.120 pessoas morreram, sendo 700 em Israel, 413 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjordânia. Milhares de pessoas ficaram feridas.

Crianças em gaiolas

Atuando no Batalhão de Infantaria de Reservistas do Exército de Israel, a socióloga pernambucana Janine Ayala Melo, 29 anos, descreveu como um horror o cenário no país após o ataque terrorista promovido pelo grupo extremista armado islâmico Hamas.

“A gente vê fotos e vídeos de crianças, de 4 a 6 anos, enjauladas em gaiolas de passarinho, de galinhas, dentro da Faixa de Gaza, e são filhos de pessoas que a gente conhece. Então a situação está realmente bem ruim”, afirmou a brasileira, em entrevista à Globo News.

Mais de 250 corpos

Ao menos 260 corpos foram encontrados após Hamas atacar uma rave em Israel, informou neste domingo, 08, o jornal “The Times of Israel”.

Neste sábado, 07, o DJ Juarez Petrillo, pai dos DJs Alok e Bhaskar, filmou o momento em que o festival Universo Paralello foi interrompido após a chegada de homens do grupo extremista armado.

O ataque

A disputa começou depois que o Hamas, um grupo extremista armado que é uma das maiores organizações islâmicas nos territórios palestinos, realizou neste sábado (7) um ataque-surpresa contra o território israelense. A partir da Faixa Gaza, foram lançados 5 mil foguetes.

Por terra, ar e mar, homens armados do Hamas invadiram o território israelense na região sul do país. Agências internacionais relataram que eles atiraram em pessoas que estavam nas ruas da região. Também houve relatos de dezenas de israelenses levados como reféns para de Gaza, incluindo mulheres e crianças.

Desespero de brasileiros

O carioca Nathan Obadia, de 30 anos, é um dos brasileiros que estavam presentes na edição israelense da rave Universo Paralello, evento organizado pelo pai do DJ Alok, neste sábado, durante o ataque do grupo extremista armado Hamas. Ao tentar fugir do evento, ele e um grupo de quatro amigos se depararam com combatentes palestinos que invadiam a região, contou o representante de vendas, que mora há cerca de cinco anos no país, onde trabalha com um clube de futevôlei.

“A gente estava indo para Tel Aviv, mas tinha terrorista lá. Então fizemos a volta para retornar na direção da festa. Só que formou um trânsito. (…) Aí o moleque que estava dirigindo, o Fusco (amigo de Nathan) pegou a direita e falou “vamos fugir desse transito”. Só que era tudo meio um mato assim e acabamos entrando numa zona que era um campo aberto, e só tinha nosso carro no meio. Na hora, os caras (combatentes do Hamas) começaram a “largar” bala em cima da gente, tiro para caramba”, relatou o brasileiro.

“Aí foi um inferno, uns 15 e 20 minutos de uns 300 tiros. Não dá para saber exatamente, mas foi muito tiro. E a festa rolando, outras pessoas passando tentando fugir e tomando tiro no carro também. Mas como estávamos ali no campo aberto e batemos de frente com eles, eles começaram a largar (tiro) na gente. Teve uma hora que eles começaram com tiro de bazuca”, continuou.

“Algum momento depois dos 15, 20 minutos, apareceram três soldados que estavam fazendo ronda ali pela área e não tinham ideia do que estava acontecendo. Eles se meteram no meio da confusão e começaram a trocar tiros com os caras. Aí os soldados começaram a tomar tiro e falaram para a gente “corre agora se não vocês vão morrer”. Aí comecei a correr. Tinha meio que um barranquinho atrás da gente. Eu mantive o carro de escudo e me joguei de cabeça no barranco. Pensei “ou do outro lado tem mais árabe ou tem exército. Seja o que Deus quiser”, conta Nathan.

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Jucélio Almeida

Jucélio Almeida