Opinião: Romero rompe mesmo com Cunha Lima?

Ninguém esconde mais, nos bastidores, a crise na relação entre o deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) e seu sucessor Bruno Cunha Lima (PSD), prefeito de Campina Grande. Aliás, só eles evitam falar, abertamente, sobre as rusgas da convivência político-administrativa. Faz parte.

Alguns atribuem o estremecimento ao tratamento que o governo atual dá a gestão do antecessor, com críticas veladas no início de ações, novos programas e iniciativas. Outros, à própria presença de apoiadores de Romero na gestão de João Azevêdo (PSB).

Aliás, verdade seja dita. Antes mesmo de um sujeito externo entrar na relação, lê-se Veneziano Vital (MDB), ano passado, já havia no Calçadão da Cardoso Vieira esse fuxico de relação ruim entre os aliados.

Mas aí, quando o senador se aproximou de Bruno, deu aquela azedada mais explícita, com todo mundo tentando evitar que se perca a refeição inteira.

Sentindo o cheiro de azedume, a oposição, que não tem candidato e é quem mais se beneficia com o rompimento de Romero e Bruno, resolveu ir para a plateia fazer apostas.

Aliás, há quem diga que resolveu atuar, agir. Que o diga as cantadas de Republicanos, aliados do governador, ao ex-prefeito, que, atualmente seria o único nome competitivo para enfrentar o seu sucessor.

No fundo, o que a oposição quer é um nome viável. Não tem ninguém e acredita que Romero poderia ser o abençoado para 2024.

O ex-prefeito deu a senha esta semana: tem que ter espaço para ele onde está (com Veneziano ou sem ele), se não…

Ele sabe que tem voto e popularidade para colocar o pé no bucho para ficar e fazer imposições. Não é o perfil, mas a necessidade política faz o homem político.

Algumas perguntas

Mas Romero tem motivos reais para se separar do grupo Cunha Lima? Terá um abrigo confiável entre os Ribeiro, com os Republicanos ou com o PSB?

Será simples estar no mesmo lado do emedebista, adversário histórico, que volta e meia faz críticas à gestão dele? Isso pode mudar?

São muitas incertezas, mas com muito tempo para tomar decisão, brigar, reconciliar, refazer rota. A única certeza agora é que a oposição cruza os dedos. Talvez sobre ‘o nome’ para enfrentar Bruno ano que vem.

Nem o governador, com cetenas de prefeitos pelo interior, tem uma boa aposta para Campina. E está todo mundo querendo um Romero para chamar de seu.

Por Laerte Cerqueira

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Jucélio Almeida

Jucélio Almeida