A Executiva Nacional da União Brasil decidiu nesta quarta-feira,13, aceitar uma denúncia contra o presidente do partido, deputado Luciano Bivar (União-PE).
O recebimento da representação significa que a denúncia foi aceita pela Executiva. A partir da notificação, Bivar terá 72 horas para apresentar sua defesa.
Ao fim do prazo, o partido deve convocar a Comissão Executiva Nacional para examinar o parecer do relator, que ainda será designado, e decidir pela aplicação da medida cautelar (provisória), que poderá ser de afastamento ou expulsão. Outro encaminhamento possível é enviar o procedimento diretamente ao Conselho de Ética, sem análise de cautelar.
O processo deve respeitar um prazo máximo de 60 dias e terminará com voto do relator submetido ao plenário da Executiva por votação secreta ou por aclamação.
Integrantes do partido avaliam que não há mais clima para Bivar presidir o partido e que, por isso, a Executiva deve decidir pela aplicação de uma medida cautelar de afastamento ou expulsão.
Apesar de reconhecerem que seria difícil, membros da União esperam que Bivar se afaste da presidência por espontânea vontade para evitar a expulsão. Isso evitaria, por exemplo, que ele perca o cargo na Mesa Diretora da Câmara, que é do partido.
“O Luciano está de forma desesperada atacando a mim e à minha família. Minha esposa jamais se apropriou de algo que não fosse dela. É uma forma desesperada e covarde de atacar minha família. Ele ameaçou familiares, ameaçou a mim”, afirmou Antonio Rueda, alvos dos ataques de Bivar.
A reunião contou com a participação de mais de 40 parlamentares entre deputados e senadores, presentes e online. Também participaram os ministros Juscelino Filho (Comunicações) e Celso Sabino (Turismo) e governadores do partido, como Ronaldo Caiado (Goiás) e Mauro Mendes (MT).
Origem da crise
A crise no partido tem origem na disputa pela presidência da sigla, que envolve Bivar e Antonio Rueda, recém-eleito presidente da legenda.
A briga ganhou força após um incêndio destruir duas casas da família Rueda em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, na noite de segunda, 11.
O episódio motivou o protocolo de uma representação de integrantes da União contra Bivar, assinada por governadores e parlamentares da Câmara e do Senado.
Entre as acusações listadas no documento estão:
- ameaça de morte contra o vice-presidente Antônio Rueda e seus familiares, inclusive sua filha de 12 anos;
- indícios de motivação política criminosa nos incêndios que destruíram as casas de Rueda e da tesoureira do partido, Maria Emília Rueda, sua irmã;
- violência política contra mulher;
- validação de cartas de desfiliação de seis deputados do União Brasil do Rio de Janeiro sem submeter à decisão colegiada do partido.