Polêmica: Pastor americano que defende escravidão é convidado do Congresso Evangélico de Campina Grande

O congresso evangélico Consciência Cristã, que será realizado em Campina Grande no período do Carnaval, está gerando uma grande polêmica que ultrapassou as barreiras da Paraíba e se espalhou pelo Brasil. É que os organizadores decidiram trazer para o congresso, o pastor americano Douglas Wilson, conhecido como defensor contumaz da ideia de que a Bíblia autoriza a escravidão.

A vinda do pastor americano ganhou tanta repercussão que o site Intercpet Brasil fez uma grande reportagem a respeito da participação do religioso na Consciência Cristã, em Campina Grande. O texto revela que Douglas Wilson escreveu dois livros que buscam “tirar o estigma” do sistema escravista do sul dos Estados Unidos.

O congresso evangélico Consciência Cristã é um evento organizado pela Visão Nacional para a Consciência Cristã, associação conservadora liderada por diversas igrejas evangélicas. O evento não deve ser confundido com o Encontro da Nova Consciência que é um congresso religioso ecumênico.

A Consciência Cristã acontece do dia 8 a 13 de fevereiro, no Parque do Povo. Entre os temas a serem apresentados por Douglas Wilson estão educação de filhos homens e relacionamento conjugal.

Conservador ao extremo

Segundo o Intercpet Brasil, Wilson é um dos teólogos fundamentalistas mais reconhecidos da atualidade e exerce grande influência entre os conservadores reformados brasileiros. “É, também, um dos principais nomes do nacionalismo cristão, fenômeno considerado por muitos especialistas como a maior ameaça à democracia dos Estados Unidos hoje – principalmente após a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2022”.

Argumentos absurdos

Um dos argumentos absurdos do pastor Douglas Wilson é que, caso o sul dos EUA tivesse sido “fiel aos princípios” bíblicos, teria funcionado de forma “harmoniosa” ou, com o tempo, desaparecido “pacificamente”.

Para o pastor, a vitória do Norte abolicionista impediu a ida de africanos escravizados para o estado da Virgínia, onde na concepção torta dele encontrariam “mestres piedosos”. Numa visão absolutamente equivocada, o pastor insiste em defender que os escravizados tinham uma dieta superior à de um cidadão americano dos tempos atuais.

Ele também argumenta que todos os tipos de violência sofrida pelas escravizados eram “raros e pouco frequentes”.

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Jucélio Almeida

Jucélio Almeida