E agora José?: Com sucessivas derrotas na articulação política, com perda de vereadores na Câmara e debandada de secretários, o prefeito de Cajazeiras vive inferno astral

A longa experiência política do prefeito de Cajazeiras, Zé Aldemir (PP) não tem sido suficiente para evitar graves derrotas na articulação política com vistas à sua sucessão.

No curto período de apenas 24 horas, após anunciar o nome do seu secretário de Infraestrutura, Neguinho do Mondrian, como candidato a prefeito, Zé Aldemir viu sua equipe de governo implodir com a renúncia de 7 secretários municipais e 5 secretários adjuntos, além de perder mais 3 vereadores de sua bancada na Câmara Municipal.

Secretários e vereadores tomaram a decisão de deixar os cargos e largar o apoio ao prefeito Zé Aldemir em solidariedade ao médico Pablo Leitão, que teve seu nome preterido na definição do candidato a prefeito.

Pablo concedeu entrevista coletiva, nesta terça-feira, para protestar contra a exclusão de seu nome do processo de escolha do candidato do grupo do prefeito. “Tiraram um candidato do bolso, não foi assim que foi tratado anteriormente, a escolha do nome seria por consulta pública”, explicou. O médico anunciou que segue candidato em faixa própria.

Embora tenha usado linguagem moderada, o clima na Câmara Municipal de Cajazeiras, onde ocorreu a coletiva, era de muita insatisfação e de rompimento com o prefeito Zé Aldemir.

Minoria na Câmara

O prefeito Zé Aldemir deverá perder a ampla maioria que tinha no Poder Legislativo. Já tinha perdido o apoio dos vereadores Raelsa Borges e Sargento Orlando e agora ver os vereadores Eriberto Maciel, Waldemar Carolino e Luzia Trajano seguirem a orientação do médico Pablo Leitão. Já são 5 vereadores aliados do deputado Chico Mendes, pré-candidato a prefeito pelo PSB, e outros 3 seguindo Pablo Leitão, formando um grupo de 8 parlamentares, o que significa a maioria do legislativo cajazeirense.

Reveses

Os muitos problemas políticos vividos pelo prefeito Zé Aldemir começaram ou se acentuaram depois que ele fez aliança com o deputado Júnior Araújo e o ex-prefeito Carlos Antônio, adversários que se esculhambavam, para a disputa das eleições de 2024 e de 2026, para a qual alimenta o desejo de ser candidato a deputado federal.

Primeiro, Zé Aldemir e Júnior Araújo viram o governador João Azevedo declarar, em diversas oportunidades, apoio direto à candidatura de Chico Mendes. Em seguida, viram os rompimentos do advogado e jornalista Adjamilton Pereira e da vereadora Raelsa Borges. Depois, foi o rompimento do vereador Sargento Orlando. Agora, romperam mais três vereadores e 7 secretários entregaram seus cargos.

No final do mês de dezembro, o prefeito cajazeirense assistiu a divulgação de duas pesquisas eleitorais que apontavam o deputado Chico Mendes bem à frente dos candidatos lançados por ele.

Correndo atrás

Atropelado pelos acontecimentos negativos, o prefeito Zé Aldemir, acostumado a dar as cartas políticas em Cajazeiras, foi obrigado a correr atrás e, em várias oportunidades, a quebrar seu planejamento e compromissos com aliados. Tinha anunciado que só anunciaria seu candidato a prefeito em maio, após uma pesquisa eleitoral, reduziu o prazo para março, depois para fevereiro, mais recentemente para o fim de janeiro, e acabou antecipando para a última segunda-feira.

Lançou o nome da secretária Corrinha Delfino como candidata a prefeita, depois retirou o nome e na semana passada voltou a incluí-la entre os possíveis candidatos. Prometeu uma pesquisa qualitativa e quantitativa para escolher o nome e terminou impondo o nome de Neguinho do Mondrian, o que provocou a insatisfação de Pablo Leitão e a implosão de sua equipe administrativa.

Fonte Tribuna 10

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Jucélio Almeida

Jucélio Almeida